Você
conhece alguém que fica numa balada por mais de 3 horas seguidas, ouvindo sons
que ultrapassam 100 decibéis? Alguém que adora ir a shows e ainda fica perto
das caixas de som? Que ouve música com fone de ouvido num volume tão alto que
os outros também conseguem ouvi-la?
Os
hábitos modernos de lazer em ambientes barulhentos induziram um início mais
precoce de problemas de ouvido, que muitas vezes são cumulativos e irreversíveis. Todo
mundo já ouviu falar de perda auditiva ou até intuitivamente, sabe que excesso
de barulho pode provocar perda auditiva com o tempo. O que poucos conhecem é
o zumbido, o sintoma que
chega antes e, por isso, serve de sinal de alerta da fragilidade do
ouvido!
O
zumbido é um som que as pessoas escutam no ouvido ou na cabeça, especialmente no silêncio. Pode
parecer apito, chiado, cachoeira, cigarra, etc. Algumas pessoas só o ouvem se
prestarem atenção; outras o percebem o dia todo. Ele já atinge 28 milhões
de brasileiros de todas as idades. Se você nunca teve zumbido, faça uma
simulação com vários exemplos que podem ser encontrados no http://www.institutoganzsanchez.com.br/sonszumbido.html.
Imaginem esses sons presentes todos os dias, todos os minutos nos seus ouvidos.
Tem gente que não aguenta e fica com insônia, além de dificuldade de se
concentrar nos estudos ou no trabalho. Daí vem uma série de outros prejuízos,
como irritabilidade, baixo rendimento escolar ou profissional, ansiedade e até
depressão.
Pesquisa
Em
2007, publicamos uma pesquisa que estudou 506 crianças de 5 a 12 anos.
Surpreendentemente percebemos que 37,7% deles tinham zumbido no ouvido e 19% se
incomodavam com ele. Estes dados alarmantes nos motivaram a pesquisar o
problema em adolescentes, considerando que gostam ainda mais das situações de
lazer ruidoso de hoje em dia.
Essa
pesquisa foi bastante inédita no Brasil por dois motivos: primeiro por ter recebido
o apoio do governo, através da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo); segundo porque o zumbido desses adolescentes foi avaliado por
dois métodos complementares: o questionário específico - que toda pesquisa faz
- e pela medida do zumbido dentro da cabine acústica (acufenometria), ao invés
de usar a audiometria isoladamente.
Para
nossa surpresa, dos 170 alunos avaliados, 93 (54,7%) responderam que têm ou já
tiveram zumbido nos últimos 12 meses. Deste número, 51,1% o associaram à saída
de ambientes com música alta. Com esses dados, comprovamos que a prevalência de zumbido entre adolescentes é
bem maior do que a população geral de vários países, onde pesquisas
apontam para taxas entre 15 e 24%. Ainda mais interessante foi o fato que,
apesar de tudo, o zumbido não incomoda a maioria dos adolescentes, fazendo com
que eles não contem aos pais nem procurem ajuda médica. Isso se torna
preocupante, afinal, quanto mais demorar o início de tratamento, mais agravará
o problema.
Esses
adolescentes estão mais sensíveis a lesões no futuro, por isso devem ser
avaliados com mais frequência e mais cuidado. Por isso, precisam ser alertados
que o ouvido não se regenera depois de traumas acústicos, gerando um inevitável
grau de surdez. Essa situação preocupante merece múltiplas ações específicas ou
campanhas de conscientização, incluindo os pais em casa e os educadores nas
escolas, além dos próprios jovens. Minimizar os problemas futuros depende
de uma contínua educação sobre o risco de exposição a barulhos muito altos,
mesmo que sejam em situações prazerosas.
Confira algumas dicas para proteger os
ouvidos dos ruídos externos:
1. Quando for a festas, shows ou bares
ruidosos, não tenha vergonha de usar protetores de ouvido e faça
intervalos periódicos (a
cada 1 hora, saia 5 a 10 minutos). Com fones de ouvido, evite ultrapassar a
metade da potência do seu aparelho ou usar mais que 2 horas seguidas.
Isso faz MUITA diferença para a segurança dos seus ouvidos!
2. Alimente-se bem, de 4 a 6 vezes por dia,
sem “pular refeição”. Evite excesso de cafeína, doces, álcool e nicotina.
3. Diminua o tempo de contato do celular com o
ouvido, use mais o viva-voz ou fone e troque algumas ligações por mensagem
de texto.
4. Estimule seus ouvidos com baixo
volume de música suave ou outros
sons agradáveis.
5. Evite automedicação, pois certos medicamentos podem causar zumbido.
6. Incorpore
mais atividades de prazer na sua vida: atividade física, passeios,
relacionamentos saudáveis, cinema etc. Momentos de felicidade ajudam a
restaurar nossos os órgãos, inclusive os ouvidos.
7. Alivie seu estresse
com atividades relaxantes, como yoga, meditação, Tai-Chi,
Chi-Cong etc.
8. Informe-se! Acesse
as palestras gratuitas do Grupo de Apoio Nacional a Pessoas com Zumbido
(GANZ) na TV Zumbido www.tvzumbido.com.br
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